O corpo que tenho
Rafael Fernandes Alves é desenhista e educador. Através do desenho, investiga as transformações de corpos humanos, animais e celestes. Em suas obras, utiliza pastel seco, nanquim, guache e caneta esferográfica sobre papel, com uma paleta de cores dominada por tons de azul e vermelho.
Utilizando espelhos e referências fotográficas, o artista representa seu próprio corpo em muitas de suas imagens. Entretanto, nessa prática de auto-observação, busca se distanciar da ideia tradicional de autorretrato para se aproximar da figura do ator, performando identidades e assumindo múltiplos papéis.
Nos desenhos, surgem corpos que frequentemente ultrapassam as possibilidades anatômicas e os limites do mundo ordinário, reforçando o estudo do corpo como forma e como espaço de construção de significados. São seres reconfigurados e híbridos que refletem seu interesse nas tensões e dicotomias entre o humano e o animal, o sagrado e o profano, o civilizado e o selvagem.
Movido pelo desejo de construir uma mitologia própria, o artista sobrepõe citações visuais de diferentes iconografias a narrativas e memórias pessoais para criar um imaginário sincrético.
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Rafael Fernandes Alves foi premiado em 2020 pelo edital de emergência Arte como respiro, do Itaú Cultural, e como menção honrosa pelo 43º Salão de Arte Contemporânea de Franca. Suas exposições individuais incluem “O corpo que tenho” (2024), no BDMG Cultural e “as coisas que ainda não sucederam” (2023), no Centro Cultural da UFSJ (São João Del Rei, MG). Em 2021, participou da Residência Artística do CEFART - Palácio das Artes.
Já exibiu suas obras em mostras coletivas como FAC (2022), 8º Salão Fundarte (Galeria Loide Schwambach, 2022), Entrecaminhos (Palácio das Artes, 2021), 16º Salão de Guarulhos (2020), Territorios Virales - Convocatoria Internacional de #GIF (Argentina, 2020), Arte Londrina 8 (2020), Ainda me restam os olhos (Viaduto das Artes, 2019), Segue-se ver o que quisesses (Palácio das Artes, 2012), entre outras.